Seu Sistema Nervoso Está Diminuindo Sua Luz Sem Você Perceber

O Paradoxo de Ser “Demais” e a Jornada para a Autenticidade

Sente-se frequentemente que sentir demais é o mesmo que não sentir o suficiente? Essa percepção, na verdade, é apenas o outro lado da mesma moeda. Muitas pessoas carregam a sensação de nunca serem “suficientes”, enquanto outras sentem que são “demais”.

Neste artigo, exploraremos como as percepções externas moldam nossa autoimagem e o que fazer quando nos sentimos excessivos ou sensíveis demais.

Quando “Ser Demais” é Apenas uma Projeção Externa

O sentimento de ser “demais” muitas vezes surge quando expressamos nossa verdadeira natureza em ambientes que não a suportam. Houve uma época em que, devido a restrições de liberdade impostas durante a juventude (entre os 7 e os 17 anos, por exemplo), a energia e a expressão autêntica eram reprimidas.

Ao ingressar em um emprego onde a personalidade vibrante e extrovertida era evidente — como no exemplo de vender sapatos femininos e ser naturalmente falante e animado —, a reação natural de outras pessoas era questionar: “Por que você tem tanta energia? O que há de errado com você?”.

Essa externalização da sua essência levou a uma internalização prejudicial. Sentindo-se excessivo, o caminho percorrido acabou sendo buscar uma validação externa que culminou em, por exemplo, receber um diagnóstico de falta de foco e ser medicado com Adderall. Embora a meditação tenha ajudado a transformar essa situação, o cerne do problema reside em permitir que declarações externas se tornem crenças internas.

Se alguém lhe diz que você é “demais”, isso pode ser uma reflexão da crença dela, e não algo que você deva internalizar. Isso também pode significar que a outra pessoa está no limite de sua própria capacidade de lidar com a situação.

A Conexão entre Ser “Demais” e Ser “De Menos”

Existe uma ironia profunda: ser “demais” é, de muitas maneiras, semelhante a ser “de menos”. Ambas as sensações nascem da emoção da vergonha, que essencialmente afirma: “Há algo de errado comigo”.

Se você se sente demais ou de menos, a compensação natural é se diminuir. Você tenta se tornar “digerível” ou palatável para os outros. Contudo, a autenticidade começa a borbulhar, exigindo espaço.

A chave para superar isso é se perguntar: “E se eu simplesmente abraçasse ser ‘demais’?”

E se não rotulássemos nossas características como “demais” ou “de menos”? E se fossem apenas ideias, ideias que refletem a capacidade de outra pessoa, e não a sua?

A pessoa que se sente “demais” pode descobrir que, ao aceitar essa energia, ela para de se preocupar com o que os outros pensam. A aceitação interna reduz a necessidade de validação externa, diminuindo o apego às opiniões alheias.

O Contexto de Origem: Emoções e Pais Inacessíveis

Frequentemente, a sensação de ser “demais” remonta à infância. Se você cresceu com pais emocionalmente indisponíveis, sua expressão emocional — que era natural para você — pode ter sido demais para eles. Em momentos em que sua emoção os deixava desconfortáveis, a mensagem implícita era: “Há algo errado comigo”.

O que se faz quando se acredita que há algo errado? Diminui-se.

No entanto, quando você começa a se sentir mais confortável com quem você realmente é, as pessoas que o rotulavam como “demais” tendem a se afastar, e você se torna mais confortável consigo mesmo. A mudança não está em se ajustar, mas em aceitar sua energia. Se você se sente demais, talvez esteja apenas no lugar errado, cercado por pessoas que não refletem seu poder.

Redefinindo Abundância Além do Dinheiro

Muitas vezes, a busca por prosperidade foca apenas no resultado final: dinheiro, deixar o emprego, alcançar metas específicas.

No entanto, a verdadeira abundância é uma reflexão da nossa energia. Ela se manifesta em:

  • Conhecimento e experiência;
  • Conexões e esperança;
  • Paixão e valor que você pode agregar.

Se definirmos abundância apenas como dinheiro, podemos acabar ricos, mas insatisfeitos — fazendo o que odiamos ou morrendo em breve. Isso não é ser abundante. Abundância real é ter saúde, conexões e fazer o que se ama, quando se quer.

A chave é focar na energia, na paixão e no valor que se adiciona. O resultado financeiro virá como um reflexo disso.

Lidando com a Sensibilidade e a Necessidade de Aprovação

Uma questão comum é a dificuldade em expressar emoções por ter sido rotulado como “sensível demais” na infância. Muitas pessoas internalizam que expressar sentimentos, como chorar, é um problema, levando a comportamentos de evitação ou submissão (como “fawning” ou “freezing”).

É crucial entender que a sensibilidade não é um defeito. A criança internaliza que, se expressar uma emoção genuína causa rejeição (“por que você está reagindo assim?”), ela é o problema. Isso leva ao retraimento e à supressão das necessidades.

Para curar isso, é preciso:

  1. Abraçar a Sensibilidade: Reconhecer que sentir as energias e emoções alheias é uma capacidade, não uma vergonha.
  2. Estabelecer Limites: Sentir a separação entre você e os outros. Você pode sentir a energia alheia sem assumir a responsabilidade por ela ou tentar consertar todos.
  3. Coragem na Expressão: Ter a coragem de expressar o “eu real” sem se prender à resposta dos outros. Se a resposta não for a esperada, isso revela a perspectiva alheia, e não uma falha sua.

Pergunte-se: Se “sensível” fosse algo positivo, você faria um trabalho de criança interior para evitar ser sensível? Não faria sentido evitar ser “gentil” ou “amoroso” só porque alguém reagiu mal a isso.

A validação externa é desnecessária. Quando você se torna confortável com quem você é, as projeções dos outros perdem o poder de controlá-lo. O foco deve ser na energia que você emana e no processo que você desfruta ao longo do caminho, pois essa alegria no processo é a forma mais pura de abundância.