A Dependência de Benzodiazepínicos: O Alerta e as Causas Reais
Recentemente, a revelação de uma influenciadora digital sobre sua dependência de Rivotril (Clonazepam) durante o tratamento de crises de pânico em 2021 trouxe à tona um tema preocupante de saúde pública: o uso crescente e muitas vezes prolongado de medicamentos da classe dos benzodiazepínicos.
Este artigo discute os fatos sobre esses medicamentos, a indústria farmacêutica por trás deles e as alternativas para tratar as causas subjacentes de problemas de saúde mental e física.
Benzodiazepínicos: Origem e Uso
A classe dos benzodiazepínicos surgiu na década de 1960, inicialmente sendo estudada para o tratamento da tuberculose. Contudo, observou-se que, embora não fossem um tratamento efetivo para a doença em si, promoviam uma alteração no humor dos pacientes. Desde então, a indústria farmacêutica ajustou seu foco.
É crucial entender que um medicamento raramente serve para uma única finalidade e pode, inclusive, gerar efeitos colaterais sérios ou contraindicações. Muitas pessoas acabam “gourmetizando” o uso desses remédios, tratando os sintomas sem resolver as raízes do problema.
O Rivotril, por exemplo, é o nome comercial do Clonazepam, que pertence à classe dos benzodiazepínicos. No Brasil, trata-se de um fármaco controlado, vendido somente com receita médica especial (receituário azul), devido ao seu alto potencial de dependência e abuso.
A Normalização do Uso de Medicamentos Controlados
Muitas vezes, o tratamento inicial para crises de pânico ou ansiedade severa, como no caso mencionado, é medicamentoso, durando alguns meses. O grande risco surge quando o uso se torna “normalizado”.
A indústria farmacêutica, sendo a segunda maior do mundo, tem interesse em manter o padrão de consumo de seus produtos. A ideia de que é “normal” tomar um medicamento controlado para ansiedade é amplamente difundida, mas isso não é verdade.
É importante notar que alguns medicamentos dessa classe podem estar associados a até 2000 efeitos colaterais em certos casos.
Indicações Terapêuticas
Medicamentos como o Clonazepam são utilizados para:
- Transtornos de ansiedade, crises de pânico e ansiedade generalizada, frequentemente porque a causa raiz não está sendo tratada.
- Distúrbios do sono, novamente, quando a causa subjacente não é endereçada.
- Epilepsia e convulsões (nestes casos, o uso é mais sério e com causas bem definidas).
O que se observa hoje é uma generalização: jovens de 18 ou 19 anos tratam a ausência da dose como se fosse a falta de um suplemento de vitamina D, o que demonstra a consolidação da dependência. Isso acontece por falta de consciência sobre o impacto emocional e psicológico que gera as doenças, as quais não são tratadas pelo remédio em si.
Como o Benzodiazepínico Atua?
Medicamentos como o Claraspan (ou o Clonazepam) atuam aumentando a ação do GABA (ácido gama-aminobutírico), um neurotransmissor inibitório que reduz a excitabilidade dos neurônios.
A grande questão levantada é: **será que não há outras formas de modular essa excitabilidade neuronal?** A resposta é sim. Tratamentos que abordam a verdadeira causa — como tratamentos fitoenergéticos, trabalho com a missão de vida, liberação do passado e alinhamento com a essência — podem levar ao mesmo resultado sem os riscos dos fármacos.
Como a indústria focada na causa e efeito é menos rentável que a indústria farmacêutica, o caminho mais fácil para muitos é a “fórmula pronta” e a resposta rápida, pagando um preço alto por isso.
Recomendações Oficiais e Riscos
A bula e as recomendações médicas estabelecem que esses medicamentos devem ser usados em doses baixas e por tempo limitado, justamente porque causam dependência e fazem mal a longo prazo. O uso só é indicado quando outros tratamentos falham.
Será que quem começa direto com Clonazepam testou outras abordagens, como terapias complementares, espirituais ou desintoxicação? A maioria das pessoas busca a resposta rápida, sem explorar as causas.
O uso é frequentemente associado à psicoterapia e a outras medicações de uso mais prolongado. É fundamental que o psiquiatra, ao prescrever, recomende terapias complementares que tenham como objetivo final a redução ou eliminação do medicamento.
Os Perigos do Uso Prolongado
Os riscos graves associados ao uso de benzodiazepínicos incluem:
- Dependência Física e Psicológica: O corpo se acostuma e necessita de doses crescentes para obter o mesmo efeito, similar ao que ocorre com drogas ilícitas.
- Síndrome de Abstinência: Parar abruptamente pode causar insônia, ansiedade intensa, tremores e, em casos extremos, convulsões.
- Prejuízo Cognitivo: Sedação excessiva prejudica o raciocínio, causa lentidão, dificuldade em encontrar palavras e perda de memória. A própria bula alerta para o risco de perda de memória.
- Tolerância: O efeito diminui com o tempo, exigindo doses maiores.
- Quedas e Acidentes: Devido à sonolência, fraqueza muscular e reflexos lentos.
- Interações Perigosas: A combinação com álcool e outros depressores do sistema nervoso central pode levar à parada respiratória. Muitas pessoas podem ter sofrido esse problema sem associá-lo à combinação de substâncias.
- Uso em Idosos: O uso prolongado aumenta o risco de demência e confusão mental, sendo que, por vezes, a demência já existente é mascarada pelo uso do próprio Rivotril.
O Rivotril é um calmante potente, usado para “desligar” o excesso de atividade cerebral. Contudo, existem inúmeros caminhos naturais para alcançar esse equilíbrio.
A conscientização sobre esses riscos é vital. É louvável que pessoas com grande visibilidade tenham a coragem de expor suas vulnerabilidades, alertando o público sobre os perigos do uso excessivo de medicação sem tratar as causas reais. É preciso dar protagonismo às terapias que realmente promovem mudanças duradouras na vida.






