Lidando com a Reação Alheia: A Libertação de Ser Autêntico
Muitas vezes, quando estabelecemos limites ou expressamos nossas verdades, nos deparamos com reações negativas ou feridas nas pessoas ao nosso redor. Essa reação pode ser tão desconfortável que nos faz recuar para velhos padrões de comportamento, buscando evitar o conflito ou a mágoa alheia.
É comum perguntar-se: Você anda pisando em ovos perto dessas pessoas? Se a resposta for sim, isso indica que a sua autenticidade está sendo suprimida pelo medo da reação do outro.
O Espelhamento de Energia e o Comportamento de “Piscar os Olhos”
Quando as pessoas ao nosso redor refletem a energia que estamos emitindo, um comportamento cauteloso – como “piscar os olhos” ou andar na ponta dos pés – envia um sinal claro. Se alguém está agindo dessa maneira, o que você assume sobre essa pessoa?
Provavelmente, você assumiria que ela está tramando algo, agindo sorrateiramente, como alguém indo à cozinha à noite para pegar um biscoito sem ser notado. Essa postura de cautela faz com que os outros nos percebam como manipuláveis. Se você está tenso, as pessoas ao seu redor espelham essa tensão em seus próprios sistemas nervosos, muitas vezes de forma subconsciente, gerando uma resposta reativa.
A Responsabilidade Pela Tensão Alheia
A grande questão é: como seria para você ser mais ousado em sua autenticidade e abrir mão da responsabilidade pela tensão que surge quando você se expressa?
O desafio reside justamente em deixar que a reação ou a tensão de outra pessoa seja o problema dela para lidar, e não o seu. Intelectualmente, entendemos isso, mas emocionalmente, a dificuldade surge da vontade de reverter ao antigo padrão por sentir pena ou culpa pelo que o outro está sentindo.
O que aconteceria se você permitisse sentir essa culpa?
Ao explorar a origem desse sentimento, percebemos que ele está enraizado no coração e se manifesta como um desejo de ser mais compassivo e menos julgador – inclusive, julgador de si mesmo por sentir o que sente ou por ter causado a reação no outro.
O Paradoxo do “Vilão” e a Autenticidade
Existe um julgamento implícito: a expectativa de que os outros não deveriam se sentir mal quando somos autênticos. Se eles se sentem assim, nós nos sentimos responsáveis.
A provocação é: E se você abraçasse o papel de “vilão”? O que há de tão terrível em ser visto como o “vilão” ou em expressar o que sente? Aquele aspecto de nós que se esforça para agradar a todos, que tenta controlar a reação alheia (como a de pais ou familiares), é, na verdade, uma forma de manipulação e controle.
Muitas vezes, a parte de nós que teme ser o “vilão” já está agindo de maneira manipuladora para evitar esse rótulo. Você pode estar vivendo como o “vilão” sem sequer perceber.
O Medo da Perda e a Verdadeira Identidade
O medo de expressar opiniões ou estabelecer limites é frequentemente motivado pelo receio de que certas pessoas abandonem sua vida. No entanto, as pessoas que se afastam nesse processo são aquelas que se beneficiavam do seu “overgiving” (excesso de doação) e da energia drenada, pois essa era a dinâmica familiar.
A chave é a realinhamento com o que você sabe ser melhor para você. Quando você está alinhado com sua essência e com o Divino, as coisas se rearranjam. Pessoas, situações de trabalho e circunstâncias se realinham. A tentativa de controlar esses rearranjos é o que você precisa liberar.
O Próximo Nível e a Coragem de Expressar
Se você está prestes a dar um grande passo – como deixar um emprego para trabalhar por conta própria –, a tensão gerada pela expressão genuína se torna a sua iniciação para um novo você.
Esperar o “momento perfeito” para ter conversas desconfortáveis, pedir demissão ou seguir seu propósito é uma armadilha. Não existe um momento perfeito. A inação mantém você preso aos velhos padrões que parecem familiares.
Para Alfonso, que está prestes a se tornar um artista em tempo integral, o medo de perder o emprego atual (embora não goste muito dele) está ligado à preocupação em sustentar a si mesmo e, crucialmente, sua mãe, que depende dele.
A Validação do Artista
A conversa prosseguiu sobre o valor do trabalho artístico. A sociedade, influenciada pela família, muitas vezes associa “carreira de verdade” a diplomas em paredes (como carreiras jurídicas ou médicas).
No entanto, o valor de um artista reside no que as pessoas podem ver e apreciar em sua arte. O “diploma na parede” para um artista é postar seu trabalho e permitir que ele seja visto pelo mundo, sem apego ao resultado ou à opinião alheia.
O próximo passo prático identificado é:
* **Definir a ação:** Começar a postar o trabalho artístico no Instagram.
* **Assumir a nova identidade:** A identidade de Alfonso, o artista, é aquela que se expressa e não se prende ao julgamento externo.
A chave é começar imediatamente, sem esperar estar “pronto”. A consistência na ação — no caso, postar — é o que solidifica a nova identidade e a credibilidade.
A Próxima Ação
A decisão foi tomada: começar a postar o trabalho artístico imediatamente, integrando a ação de compartilhar sua arte como parte essencial da sua nova identidade como artista.






