A Verdade Sobre Falsos Profetas: Onde Eles Realmente Se Escondem
O tema dos falsos profetas é sério e tem entorpecido a humanidade. Recebemos muitos relatos sobre um suposto “profeta mirim” que tem roubado a atenção de muitas pessoas. Este artigo não tem a intenção de atacar ou defender indivíduos específicos, mas sim de alertar sobre a importância de focarmos naquilo que realmente desejamos.
O termo “falsos profetas” é citado em diversas religiões, e a sua ocorrência é, de fato, um fenômeno real. A questão central que abordamos aqui não é a defesa ou o ataque a uma pessoa em particular, mas sim a reflexão sobre como permitimos que certas figuras ganhem poder sobre nós.
A Transferência de Responsabilidade e o Surgimento dos Falsos Profetas
Quando nos sentimos carentes e transferimos nossas responsabilidades para outras pessoas, nos tornamos verdadeiras marionetes de quem quer que seja. É neste momento que damos vida aos nossos próprios “falsos profetas”.
Um falso profeta pode ser:
- Um advogado que apenas diz o que você quer ouvir.
- Um colega, amigo ou pessoa próxima que oferece o que você deseja, em vez do que você realmente precisa.
- Um político que promete cumprir coisas que sabemos que jamais serão realizadas.
A raiz disso, muitas vezes, reside no nosso nível de desconexão, ganância ou medo. Quando estes sentimentos são grandes, acabamos transferindo o poder que é nosso para outra pessoa.
Livre Arbítrio e Consequências
O livre arbítrio é o poder de conduzir a vida como achamos melhor, mas ele não elimina as consequências. Se transferimos a responsabilidade do que é nosso para um terceiro, inevitavelmente pagaremos o preço.
Os falsos profetas são criados pela nossa própria:
- Ignorância;
- Negligência;
- Preguiça;
- E, especialmente, nossa indiferença.
Perdemos o “tesão de viver” e de buscar por nós mesmos, esquecemos quem somos e qual nosso propósito. Quando os problemas chegam, procuramos por alguém que “faça por nós”, pedindo ajuda externa: “Alguém me salva!”, “Faz por mim!”. Olhamos para um líder religioso, um pastor, um líder espírita, um curso de inteligência emocional ou fazemos simpatias, buscando uma solução fácil.
Estamos sempre em busca de uma muleta, a mesma muleta de sempre, baseada no clamor: “Alguém me salve, alguém faça por mim aquilo que eu não estou fazendo por mim”. A resposta imediata para essa atitude é receber “porrada atrás de porrada”.
Quem Cria os Falsos Profetas?
A criação dos falsos profetas advém da transferência de responsabilidade.
As religiões muitas vezes trazem a ideia simplificada de que a salvação é alcançada apenas pela conversão a Jesus Cristo ou pela adesão a um rito específico. É conveniente acreditar que basta se converter, passar por um batismo e ter fé na instituição ou em uma figura para que tudo esteja resolvido. Ao fazer isso, assinamos um tratado que, na verdade, apenas continua a alimentar uma plantação de falsos profetas.
O falso profeta não é apenas a figura externa que fala frases de efeito; ele reside em cada um de nós que transfere responsabilidade e não entende que a mensagem de libertação — seja da Bíblia, da Torá, do Bagavaguita ou do Alcorão — só pode libertar se for aplicada estimulando a purificação do espírito.
O evangelho de Jesus, por exemplo, estimula o amor e a liberação das chagas causadas pelo ódio, apego e desrespeito. Se olharmos as mensagens intrínsecas das religiões, veremos que elas não são realmente aplicadas, pois as pessoas se conectam mais com estruturas superficiais do que com o princípio moral de se melhorar como ser humano.
É por isso que vemos ateus e agnósticos praticando caridade, sendo cordiais no trânsito e leais em casa, vivendo a essência da moralidade, enquanto alguns religiosos se envolvem em situações vergonhosas. O indivíduo que deveria ser uma referência do evangelho falha, enquanto aquele que não conhece a doutrina vive em sua essência.
A Melhor Religião é a Orientação Interior
Citando um professor, a melhor religião é a do amor, a melhor doutrina é a de fazer o bem. Quando focamos nisso, vivemos um princípio interno, a religião da orientação interior.
Essa orientação interior não é a religião do ego ou a versão cerebral; é a conexão de um ser humano em paz com Deus, acima de todas as estruturas religiosas.
Quando você quer que alguém dite a verdade para você sem buscá-la dentro de si, você está invocando um falso profeta. Você continuará criando figuras baseadas na sua transferência de responsabilidade.
Embora você possa transferir essa responsabilidade por um tempo, não a manterá por muito tempo. O autoengano é pior do que imaginamos. Quem fala de autoconhecimento deve, na verdade, começar a falar sobre autoengano, que é o que fazemos para evitar o contato com aquilo que sabíamos que deveria ser feito, mas que era trabalhoso.
É por isso que as pessoas buscam soluções rápidas, como remédios, quando médicos e psiquiatras indicam mudanças de atitude. O paciente diz: “Doutor, dá muito trabalho, me dê o remédio”. Isso é o autoengano: saber o que precisa ser feito, mas decidir não fazer porque exige esforço.
Ao fazer isso, pavimentamos o caminho para todos os falsos profetas, aqueles que prometem um “milagre espiritual aportado pelos céus” para nos tirar da enrascada de forma mais fácil. É como desejar uma pílula mágica para emagrecer sem fazer exercícios.
Eu, pessoalmente, cumpro o que digo aqui: irei fazer meus 40 minutos de academia, mesmo sem vontade, para não transferir a responsabilidade para outros. Não criarei mais falsos profetas para assumirem o que é meu. Essa é a verdade.






