Cura do seu eu interior e liberdade em 29 minutos

Abraçando a Sombra: Como Amar o Seu “Eu” Interior Irritado

Muitas vezes, carregamos dentro de nós uma “criança interior zangada”, um aspecto que anseia pelo amor que talvez não tenha sido plenamente expresso na infância. Essa parte pode ser vista como a nossa sombra. A pergunta comum é: como nos livrar dessa criança interior zangada?

O Perigo de Tentar Eliminar Partes de Si

Quando questionamos como eliminar essa criança interior, a energia que surge é de resistência. A chave, como muitos percebem, é o amor. No entanto, tentar se livrar de algo é o oposto de amar.

É fundamental entender que qualquer coisa que você tenta eliminar ou reprimir tende a se amplificar. Tentar controlar pensamentos negativos ou forçar-se a não pensar algo resulta em um aumento da frequência desses pensamentos. A tentativa de controle gera mais tensão.

A Importância de Testemunhar e Respirar

Em vez de tentar eliminar, o caminho reside em testemunhar essa parte de nós mesmos. Que aspecto sombrio ou da criança interior nos causa desconforto? Qual é a emoção enraizada nele?

Sempre que buscamos acessar essa informação no subconsciente, um passo crucial é respirar profundamente. Parar a respiração nos paralisa e nos impede de liberar o que está preso. A respiração abre o caminho para a conscientização.

Se você pudesse trazer à mente um aspecto que resiste a ser integrado, um aspecto negativo da sua sombra que você julga, o que seria?

Em um exemplo compartilhado, a pessoa identificou como aspecto resistente a confiança excessiva em outras pessoas, especialmente aquelas que a machucaram no passado. A raiva surge ao tentar confiar novamente, pois não parece certo, devido a experiências passadas.

A Criança Interior e a Crença de Ser Ingênuo

A descrença na confiança, ligada ao julgamento de se sentir ingênuo, levanta outras questões cruciais:

* Qual é a crença que está protegendo você desse sentimento?
* Do que essa crença está tentando proteger você? Que emoção ela impede de vir à tona?

Frequentemente, quando somos feridos, internalizamos a culpa, pensando: “Eu atraí essa situação porque há algo errado comigo.” Esse é um padrão comum, mesmo que racionalmente saibamos que não é verdade.

O Poder da Aceitação e do Testemunho

A verdadeira virada, ou o “breakthrough”, acontece quando começamos a ver esse aspecto da criança interior sem julgamento, permitindo que ele se sinta visto.

A respiração, que é uma ferramenta poderosa que o adulto consciente pode usar, permite que a criança interior permaneça presente.

Vamos imaginar essa pequena versão de nós mesmos. Não é culpa dela que ela agiu da melhor forma que podia com as ferramentas que possuía. Esperar que uma criança soubesse as intenções de um adulto é irrealista.

Se você se permite observar essa criança interior, o que você nota?

Ao dar permissão para a criança interior sentir o que for que venha, sem a necessidade de consertar ou abraçar imediatamente, apenas testemunhando:

1. **Observar a emoção:** Se a criança quer gritar, permita o grito. O simples ato de testemunhar pode trazer um efeito calmante, pois ela se sente notada.
2. **Acalmar:** Após a expressão inicial (o grito, a raiva), a criança pode começar a relaxar. Pergunte-se: O que a ajudava a relaxar quando criança? (Exemplo: chupar o dedo). Trazendo essa imagem, ela pode encontrar alívio.
3. **Reconhecer a mensagem:** Quando a energia se acalma, qual é a mensagem ou o desejo dela? Muitas vezes, é simplesmente: “Eu só quero ser eu.” Ou um agradecimento por ter sido ouvida, especialmente por poder expressar raiva ou dor que antes era proibida.

A liberação de sentimentos reprimidos pode manifestar-se fisicamente, como a sensação de tensão liberada na garganta, que corresponde à impossibilidade de gritar ou falar no passado.

Integrando a Sombra e a Vulnerabilidade

O ato de permitir a expressão de emoções “escuras” – raiva, gritos, tristeza – é onde reside o verdadeiro poder e a transformação. Não se trata de buscar a felicidade superficial, mas de abraçar tudo o que foi evitado.

Quando você se permite ser vulnerável e expressar essa energia, você cria uma experiência de referência para si mesmo e, muitas vezes, permite que outros ao redor sintam o mesmo. A coragem de fazer isso, mesmo sentindo medo ou desconforto, é o que sinaliza que você está na borda de um avanço.

O Espelho da Relação com os Pais

Essa jornada de aceitação interna espelha-se em nossas relações externas, como a necessidade de aprovação dos pais.

O desejo de que os pais se orgulhem ou entendam nossos caminhos (como no exemplo de criar conteúdo) pode nos levar a reprimir nossa verdade. O ponto de virada ocorre quando:

1. **Você se aceita:** Você começa a se aprovar, independentemente da compreensão ou aprovação externa.
2. **Você aceita seus pais:** Você os aceita no nível em que eles estão, sem a necessidade de forçá-los a entender ou validar suas escolhas.

Ao parar de gerenciar a reação deles e focar em ser autêntico, você cria mais segurança interna. A desconexão ou reajuste temporário com a família que não aceita seu “eu” autêntico é menos impactante quando você está ancorado em sua verdade.

Lições Finais: O Poder da Autenticidade

O que emerge dessa experiência é que o ouro não está nas partes agradáveis que queremos mostrar, mas sim naquelas que evitamos. A coragem de ser visto em sua totalidade, incluindo a raiva e a dor, é libertadora.

Seja ao fazer vídeos, buscar objetivos de carreira ou simplesmente viver o dia a dia, o medo de ser julgado deve ser confrontado:

* **Você é forte o suficiente:** Você sobreviveu ao passado; você pode lidar com a reação de outras pessoas agora.
* **Foque no ganho autêntico:** Ao ser você mesmo, você não só se liberta, mas também atrai pessoas que ressoam com sua verdadeira energia.

Lembre-se de criar segurança dentro de si mesmo, sentindo a separação entre o que é seu e o que é dos outros. Sua agência vem do seu corpo e da sua sensação interna, não da aprovação externa.