O Poder de Diminuir a Importância: A Chave para Receber Mais
Você já parou para pensar na relação entre a importância que você atribui a algo e sua capacidade de receber aquilo? Uma verdade fundamental é que, quanto menor o nível de importância que você dá a algo, maior se torna sua habilidade de receber essa coisa.
Pare para refletir sobre isso. Tudo o que você torna extremamente importante cria uma resistência em torno de si mesmo. Você o coloca em um pedestal e sinaliza para a realidade que aquilo não é igual à sua identidade.
Isso acontece, por exemplo, quando colocamos uma pessoa em um pedestal. Subitamente, torna-se extremamente importante que ela responda a você, que ela goste de você. Ao aumentar essa importância, você diminui sua própria capacidade de receber algo dessa pessoa.
Sua vida pode mudar drasticamente quando você se conscientiza do que está sendo compartilhado aqui. Você não quer que seus objetivos e desejos se tornem excessivamente importantes e fiquem em um pedestal. Isso gera apego, e o apego, por sua vez, gera resistência.
Quando você permite que as coisas aconteçam de forma natural, você aumenta a probabilidade de realmente receber o que deseja.
A Pressão da Expectativa
Vamos considerar, por exemplo, a criação de conteúdo online, como um artigo ou uma transmissão ao vivo. Quando se inicia uma conversa com a intenção de que o “gancho” inicial (a primeira coisa dita) seja perfeito para capturar a atenção de milhares de pessoas, surge uma pressão intensa.
Essa pressão em torno do primeiro ponto, que definirá se o público continuará assistindo ou não, cria uma energia que pode ser percebida como “cringe” ou forçada. É um estado onde há um grande apego ao resultado, como o número de visualizações.
Curiosamente, os melhores momentos de entrega e fluidez geralmente ocorrem quando há menos apego e menos preocupação com o resultado.
Se você abordasse uma situação dizendo: “Ok, vou fazer isso, mas não me importo se as pessoas estão entrando ou não,” a energia seria diferente. O apego a resultados como visualizações ou aprovação é, na verdade, um desejo do ego de controlar a realidade.
Exemplos Práticos de Importância Excessiva
Vamos analisar algumas áreas comuns onde as pessoas costumam dar importância excessiva:
- Finanças
- Educação
- Busca por trabalho
- Relacionamentos
Sempre que você se apega ao resultado de uma dinâmica de relacionamento, você aumenta a importância que dá a essa relação ou ao que você deseja dela. Ao fazer isso, você diminui sua capacidade de recebê-la plenamente, pois está comunicando energeticamente que “esta coisa não é igual à minha identidade”.
É como olhar para algo que está em um degrau mais alto, e essa coisa, por sua vez, está olhando para baixo. Estamos falando de energia.
Coisas que tornamos importantes tendem a criar essa barreira. Pense nos empregos ou nas finanças.
Lembro-me de uma vez, ao participar de uma entrevista de emprego em grupo para uma empresa que era bem vista na época, eu não me importava com a vaga. Eu já tinha um emprego e estava lá por acaso, levado por um amigo. O ambiente da empresa parecia legal, com comida grátis e mesas de pebolim, mas eu não tinha importância atribuída àquele resultado. Eu não me importava em conseguir o emprego.
Como eu estava relaxado e focado em me divertir, minhas respostas eram autênticas e até um pouco estranhas. Falei sobre coisas aleatórias, como campeonatos de pular corda e amarelinha que eu organizava no meu bairro.
O resultado? Eu recebi a oferta de emprego, enquanto meu amigo, que estava focado em ser “normal” e conseguir a vaga, não recebeu. A diferença estava na energia: eu não estava apegado ao resultado.
Diminuindo a Importância
A chave para mudar sua vida é entender como diminuir o nível de importância que você dá às coisas. Isso está intrinsecamente ligado a liberar o apego ao resultado.
Uma das maneiras principais de fazer isso é reconhecer que você está projetando. Muitas vezes, estamos vendo a situação através de “óculos cor de rosa”, impulsionados pelo apego. Você projeta felicidade, poder ou valor em algo externo.
Quando você pensa: “Se eu tiver a aprovação ou validação dessa pessoa, ou se ela gostar de mim, então me sentirei bem comigo mesmo”, você está literalmente dando a ela um “selo de aprovação” sobre sua identidade. Você confere autoridade a ela para validar quem você é.
Isso remonta à infância. Se não recebemos amor incondicional, buscamos validação e aprovação como um substituto, pensando que merecemos apenas isso. E quando isso não vem, criamos um ciclo vicioso de busca por aprovação externa.
Validação Interna vs. Externa
Se você não aprendeu a “carimbar seu próprio ‘sim'” quando criança, você buscará adultos que façam isso por você. Você entrega seu poder.
A grande questão é: o “sim” ou “não” deles não precisa afetar você. Não há necessidade de internalizar isso, a menos que você não tenha dado o “sim” para si mesmo primeiro. A importância que você dá à opinião alheia só aumenta porque você diminuiu a importância da sua própria validação.
Para diminuir a importância, comece reconhecendo sua projeção. Assumir que algo externo o fará feliz é projetar essa felicidade.
Se alguém anseia por validação e aprovação, muitas vezes é porque se conformou com isso, tendo desistido de buscar amor e conexão genuínos. A aprovação é vista como o “primo pobre” do amor incondicional. O caminho é amar e aceitar a si mesmo, validando a criança interior que anseia por reconhecimento.
Controle, Ego e Manifestação
O controle é um desejo do ego para sobreviver, mantendo-se no familiar e evitando a dor. Manifestar, por exemplo, é uma forma de controle, impulsionada pelo desejo de certeza, já que a incerteza na infância pode ter sido dolorosa.
Você diminui a importância em relação ao desejo do ego de controlar a realidade quando se conecta ao divino ou a algo maior.
A Metáfora do Crescimento da Planta
Para entender a diferença entre ter uma intenção e estar apegado ao resultado, pense em plantar uma semente. Você pode estabelecer as condições ideais: plantar no solo certo, regar, dar sol. No entanto, você não pode forçar a planta a crescer.
Deus ou o divino faz a planta crescer. Seu trabalho é cuidar das condições – tomar ações, adquirir habilidades, personificar a energia que você deseja atrair. Isso é agir sem apego ao resultado. O desapego, ou a diminuição da importância, permite que o fluxo aconteça.
Pessoas que Agradam (People Pleasers)
Pessoas que agradam tornam a tensão dos outros seu foco principal. Elas se concentram em reduzir a tensão alheia, muitas vezes assumindo essa tensão para si mesmas, pois acreditam que é sua responsabilidade aliviá-la.
A chave para quem agrada é abraçar a autenticidade e a vulnerabilidade, mesmo que isso gere desconforto ou “gatilhos” nas outras pessoas. Se você está sempre tentando agradar para se sentir seguro ou para obter um “sim” na sua nota de validação, você está apegado ao resultado da interação.
O Conceito de Karma e Desapego
O karma está mais ligado ao apego do que a qualquer outra coisa. Se continuamos a ter desejos intensos, precisamos reencarnar para satisfazê-los. Ao começar a liberar o desejo e reconhecer que muito do que buscamos é projeção, diminuímos a necessidade de passar pelas mesmas lições repetidamente.
Em resumo: quando você diminui o nível de importância em relação a algo, você aumenta sua capacidade de recebê-lo.
Você é bom o suficiente de qualquer maneira. Não é necessário controlar a realidade; você pode permitir que o fluxo divino aconteça. Essa é a verdadeira fonte de poder.






