A Arte de Estar Bem de Qualquer Forma: Liberte-se do Controle e da Expectativa de Resultados
Imagine uma versão de você que não está apegada ao resultado, uma versão que não tenta controlar a realidade e que não se importa com o que os outros pensam. Essa versão sabe que a opinião alheia é algo sobre o qual você pode escolher internalizar ou não. Imagine uma versão de você que está bem, aconteça o que acontecer.
Este é um mantra poderoso que tem transformado diversas áreas da vida, seja nos negócios ou nos relacionamentos. Quando você acessa a energia de “eu estou bem de qualquer forma”, a importância atribuída aos eventos diminui, a resistência desaparece e o controle se dissolve, pois não há expectativa de resultado.
É interessante notar que, quando desejamos que alguém pense ou sinta de uma determinada maneira, criamos resistência e controle. E sempre que você sente a necessidade de controlar, você provavelmente repele o que deseja.
### A Lição da Planta: Você Não Faz a Planta Crescer
Recentemente, uma epifania poderosa surgiu ao refletir sobre uma metáfora simples: a de cultivar uma planta. Você pode fazer uma planta crescer?
Você pode dizer que sim: você a rega, cuida dela, tem “dedo verde”. Mas, pensando profundamente, é realmente você quem faz a planta crescer? Você pode forçar uma planta a crescer?
A verdade é que é o divino — ou Deus, a essência, o DNA da planta — que permite esse crescimento. A planta é quem faz o trabalho, impulsionada por sua própria consciência e seu desejo inato de crescer.
Muitas vezes, tentamos forçar o crescimento do nosso negócio, forçar relacionamentos a funcionar, forçar as pessoas a gostarem de nós — é como tentar forçar a planta a crescer. Contudo, ao soltar o controle e permitir que o divino flua, é aí que a mágica acontece.
### O Controle é um Mecanismo de Sobrevivência do Ego
O controle é, na verdade, o desejo do ego de se manter em uma energia familiar, um mecanismo de sobrevivência. E se pudéssemos mudar esse mecanismo de sobrevivência e permitir que o divino se manifeste através de nós?
Essa percepção muda tudo, especialmente no que diz respeito ao apego aos resultados.
Se não podemos fazer a planta crescer, o que podemos fazer? Devemos nutrir, regar, retirar ervas daninhas e garantir que ela receba sol. Da mesma forma, em nossas vidas, nosso papel é ser a versão mais autêntica de nós mesmos, fazer o nosso melhor e nutrir as condições necessárias.
Você não tem o poder de forçar seu negócio a crescer, nem de forçar as pessoas a gostarem de você, nem de fazer alguém se apaixonar por você. O que faz a planta crescer é a inteligência divina que está nela. Da mesma forma, o que gera os resultados em sua vida é a energia divina que flui através de você.
Seu trabalho não é fazer acontecer; é se entregar ao processo e permitir que o divino flua.
### Por Que o Apego ao Resultado Cria Resistência
Quando estamos apegados ao resultado — seja crescer o negócio ou obter a aprovação alheia —, estamos tentando fazer o trabalho que não nos cabe, como forçar o crescimento da planta.
Isso cria pressão, e a pressão, energeticamente, repele o que você deseja.
Se você quer que alguém pense de uma certa forma, há uma imposição de controle, e a outra pessoa sente essa pressão e resiste. Da mesma forma, se você quer que alguém te escolha, e você está apegado a essa escolha, há uma resistência energética em relação à pessoa te dar algo. As pessoas sentem quando há um desejo ou manipulação sutil na energia delas, e isso as afasta.
Você bloqueia a escolha das pessoas quando exige ou espera que elas te escolham.
### O Paradoxo da Dignidade (Worthiness)
Um ponto crucial é entender a ideia de ser “digno” (worthy). Muitas abordagens de desenvolvimento pessoal sugerem que, se você não se sente digno, deve usar afirmações como “Eu sou digno” repetidamente.
Mas, se você precisa dizer que é digno, isso implica que você está operando sob o conceito humano de merecimento. Pense em um bebê: ele é digno porque existe, não por algo que faz. Ele não precisa fazer gestos fofos ou parar de chorar para ser digno.
Em algum momento, tomamos a decisão inconsciente de que não somos dignos, algo está errado conosco, e vivemos com essa sombra.
A verdade mais poderosa é que **somos ambos, dignos e não dignos, ao mesmo tempo**. É um conceito humano. A planta não se questiona se é digna para crescer. Ela simplesmente existe e cresce.
O que acontece quando paramos de lutar para provar nossa dignidade? Ficamos livres do ego que nos obriga a realizar ações constantes (como ir à academia todos os dias sem folga, só para nos sentirmos dignos por “fazer algo”). Quando você aceita que é neutro — nem digno, nem indigno — você se liberta do desejo do ego de provar algo.
### Reduzindo a Importância para Aumentar a Ação
A busca pela perfeição está intrinsecamente ligada ao foco no resultado. Se você está focado em um resultado específico, e acredita que ele reflete seu valor próprio, você se torna um perfeccionista.
Em contraste, se você foca no processo, a mentalidade perfeccionista enfraquece. Ao se comprometer com a ação diária (como criar vídeos todos os dias, em vez de um a cada três meses), a quantidade de ação sobrecarrega a necessidade de ser perfeito. Você se torna mais alinhado com o que está compartilhando e o processo se torna mais fluído.
Quando você reduz a importância que dá às coisas, você diminui a resistência e aumenta a ação, pois percebe que o importante é o processo, permitindo que o divino flua.
### A Questão da Intuição em Relacionamentos
Em relacionamentos, apegos e expectativas causam resistência. Se você se concentra excessivamente no parceiro, esperando que ele te dê felicidade, segurança ou validação, você está terceirizando sua consciência e energia. Isso pode levar ao abandono de si mesmo, na crença de que, se você se anular pelo outro, receberá algo em troca.
Para reverter isso:
1. **Traga a energia de volta para si:** Foque no seu corpo e no que você valoriza.
2. **Seja bom de qualquer forma:** Sua felicidade não deve depender da aceitação ou presença do outro.
3. **Aceite as emoções:** Se você sente solidão, deixe-a estar. A resistência à solidão é o ego tentando controlar como você se sente. Se você aceita a solidão, ela pode processar e se transformar.
O ego deseja controle para evitar a dor do desconhecido. Ao se render a algo maior, o divino flui, e as coisas acontecem de maneiras que seu ego jamais conseguiria prever ou construir.
Sua verdadeira tarefa não é fazer acontecer, mas sim cuidar das condições (regar a planta) e confiar que o crescimento virá do fluxo divino.






